Testamos o Omoda E5: SUV elétrico chinês mostrou seu desempenho nas montanhas capixabas

 


Por Gabriel Almeida / Tempo Novo


Um novo concorrente chegou ao mercado de SUVs elétricos no Brasil. Trata-se do Omoda E5, modelo 100% elétrico que pertence ao mesmo grupo responsável pela Chery, e que promete agitar o segmento com design futurista, desempenho surpreendente e preço alinhado à nova realidade dos eletrificados no país.

Apesar do nome novo, a Omoda já nasce com um ponto forte: faz parte de um conglomerado automotivo que atua há 16 anos no Brasil e que já operou uma fábrica própria em Jacareí (SP), o que pode facilitar o pós-venda e até abrir caminho para produção local no futuro.


Da Serra a Pedra Azul: como o Omoda E5 se saiu nas montanhas capixabas


Tempo Novo levou o Omoda E5 para um teste real: uma viagem da cidade da Serra até Pedra Azul, em Domingos Martins, região serrana do Espírito Santo. O trajeto, com curvas sinuosas e subidas exigentes, foi ideal para observar o comportamento do SUV elétrico fora do ambiente urbano.

Com 204 cv de potência e 34,6 kgfm de torque, o modelo entrega respostas rápidas ao acelerador. A aceleração de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos surpreende, principalmente considerando o porte e o conforto do veículo. A retomada após curvas também impressiona, dando a sensação de que o Omoda E5 está pronto para agradar tanto motoristas mais tranquilos quanto os que gostam de uma pegada esportiva.

Nas curvas mais fechadas da serra, o carro demonstrou estabilidade acima da média, fruto de um centro de gravidade mais baixo — típico de elétricos — graças à localização das baterias sob o assoalho.


Design que chama atenção e diferenciação em relação ao Tiggo 5X

Embora compartilhe a plataforma com o Tiggo 5X, o Omoda E5 possui identidade visual própria. As linhas são marcantes, com destaque para a traseira em estilo cupê e o vidro traseiro inclinado, além do aerofólio esportivo. A dianteira tem formato “bicudo” e a tradicional grade aberta dá lugar a uma peça fechada, comum nos elétricos por não exigir entrada de ar para motor a combustão.

Na traseira, o destaque vai para o conjunto óptico com efeito tridimensional e barras verticais, algo incomum em carros a combustão da mesma faixa de preço.



Interior discreto, mas com toques de sofisticação

O acabamento interno do Omoda E5 aposta no preto predominante, com revestimentos macios nas portas e painel, e detalhes cromados nas caixas de som — um capricho que remete a modelos premium. Os bancos dianteiros são inteiriços e com formato esportivo, proporcionando boa ergonomia. Já o espaço traseiro é amplo e o porta-malas tem capacidade generosa, compatível com a proposta de um SUV familiar.


Ponto de atenção: entrada de carga na dianteira

Um detalhe importante que merece atenção é a posição da entrada de carregamento: fica na parte frontal do veículo. Embora isso facilite o uso de cabos curtos em eletropostos, também gera uma vulnerabilidade. Em caso de colisão leve que atinja essa área, o sistema de carregamento pode ser danificado, deixando o veículo inutilizável até o reparo — que, por envolver peças importadas, pode demorar.


Bateria, autonomia e rivais diretos

Com autonomia de 345 km, o Omoda E5 se posiciona bem frente a concorrentes como:

Ou seja, a proposta da Omoda é competitiva não apenas em desempenho, mas também em autonomia.

Foto: Gabriel Almeida


Pós-venda pode ser o trunfo da Omoda

Apesar de ser uma marca nova, a Omoda herda a estrutura e experiência da Chery no Brasil, o que pode ser decisivo para oferecer um pós-venda mais eficiente. A possibilidade de utilização da antiga fábrica da Chery em Jacareí para montagem do Omoda E5 e do Jaecoo ainda não foi confirmada oficialmente, mas está nos planos do grupo para o mercado nacional.

Se confirmada, a fabricação local poderia significar preços mais estáveis, menor impacto do dólar e melhor suporte técnico — pontos que ainda são gargalos em marcas chinesas recém-chegadas.


Concorrência acirrada

Veja como o Omoda E5 se posiciona frente aos rivais:

Modelo Preço aproximado


  • BYD Yuan Pro: R$ 182.990
  • BYD Dolphin Plus: R$ 184.800
  • BYD Yuan Plus: R$ 235.800
  • Volvo EX30: R$ 229.950
  • Neta X: R$ 189.000

Enquanto BYD e Volvo contam com redes de atendimento maiores e presença consolidada, o Neta X enfrenta desafios financeiros e incertezas quanto à permanência no mercado. Já o Omoda E5, com o respaldo da Chery, tem potencial de crescer rapidamente se apostar em nacionalização e presença mais ampla no Brasil.


Omoda E5 vale a pena?

O Omoda E5 chega com visual marcante, desempenho convincente e um posicionamento estratégico: é elétrico, mas sem deixar de ser prático. Para quem busca sair dos modelos tradicionais e quer apostar em um SUV moderno, mas com bom custo-benefício, ele surge como uma das opções mais interessantes do momento.

Fique de olho: caso a produção no Brasil se concretize, o Omoda E5 poderá se tornar um dos protagonistas da nova geração de elétricos nacionais.



























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