Quem não gosta de ouvir um ronco de motor pipocando, né? Pois é, acredito que muita gente sim. Mas para isso, ou você vai gastar muito em um esportivo, ou vai gastar para modificar o escapamento do carro. No entanto, o Abarth é um caso à parte, a marca da divisão de esportivos da Fiat volta ao Brasil para mostrar como se faz um esportivo baseado em veículos comuns. Isso em um momento em que até então o último veículo produzido era o Sandero RS, que havia sido descontinuado alguns anos antes. Ou seja, o Pulse Abarth está sozinho no mercado. Tem o Polo GTS, mas não é modificado nem preparado para isso.
O Pulse Abarth chama atenção pela frente imponente, trazendo a mesma dianteira do Fastback, porém com elementos em preto brilhante. Os faróis são em Full LED, e ao centro da grade está a marca do escorpião. No para-choque, uma faixa vermelha se destaca, assim como boa parte da carroceria. Na traseira, a diferença está no emblema da marca por extenso e no para-choque, que ganhou um grande extrator com escapamento duplo.
No interior, o painel é o mesmo do Fastback, com alguns adereços a mais.
Agora, vamos falar sobre o que interessa, o carro na pista!
O Pulse Abarth utiliza o motor 1.3 turbo de 185 cv, indo de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos. Portanto, é 4 décimos mais rápido do que o saudoso Renault Sandero R.S. 2.0, o simpático esportivo que saiu de linha recentemente. O Abarth Pulse chega a 215 km/h (o Sandero R.S. chegava a 202 km/h).

A suspensão dianteira recebeu uma nova geometria, deixando o Pulse mais baixo, apenas 10 mm. As molas e os amortecedores são novos e 13% mais firmes em comparação com o Pulse Impetus. A barra estabilizadora também cresceu para melhorar o equilíbrio nas curvas mais intensas.
Os componentes da suspensão traseira, de eixo de torção, também são novos, deixando a estrutura mais rígida. As molas e os amortecedores foram recalibrados e são até 13% mais firmes que os de um Pulse normal. A barra estabilizadora é mais grossa, com 20 mm, o que reduziu a rolagem da carroceria sem diminuir muito a altura de 217 mm – no Pulse Impetus é de 224 mm. O eixo traseiro é 15% mais rígido, exclusivo para o Abarth.
A direção elétrica é mais direta e comunicativa, e o vetorizador de torque ajuda a entrar – e sair – das curvas, com a ajuda de um controle de tração e estabilidade um pouco mais permissivo que o normal, mesmo quando ligado.
O câmbio automático teve uma recalibração dos sistemas eletrônicos para mudar o comportamento.
Ao volante, o Pulse Abarth superou minhas expectativas. Todas essas mudanças fizeram do Pulse um novo carro, com uma pegada mais esportiva, tornando a experiência de dirigir única. Durante o período de teste com o veículo, fiz uma média de 8 km/l no ciclo misto. Claro, algumas coisas poderiam ser diferentes na minha opinião. Tipo o ronco do motor, que ainda não era tão chamativo. É legal, mas poderia ser melhor. Outra coisa que não gostei foram as rodas, o tamanho é bom, aro 17, mas não curti muito o estilo da roda. Coisa de gosto, assim como o excesso de vermelho.
Mas, no geral, o carro é bem divertido. Quando o testei, ainda não tinha muito dele nas ruas da Grande Vitória, e então fui até um encontro de carros esportivos e modificados aqui na cidade. Não deu outra, o carro foi um sucesso. Todos queriam ver, ouvir o ronco e tirar dúvidas sobre o novo esportivo do momento, trazendo de volta a nostalgia dos esportivos urbanos.